Poesias
Pensei eu
Ter acabado minhas palavras
Há muito tempo.
Agora sei que ainda
Possuo muitas
Para ti minha poesia.
Ti que estiveras
Sempre a me acompanhar
Por isso, nunca
Deixarei de te amar.
Me acalma e tranquiliza
Nunca me deixe só
Ó poesia de minha vida
Quero sempre estar à tua companhia.
Receita
Hoje tentei fazer uma receita
Uma receita de amor
Uma receita para amar
Contudo, receita alguma há
Amor algum será receita
não padrão
Amor será
Amor intenso
Receita deste não há.
Quem procura não acha
Quem não procura acha
Porém, não procuro ninguém que seja igual a mim
mas que pelo menos me entenda como sou
e aceite as diferenças que sempre existirão
sabendo que ninguém vive de perfeição.
Nossa meta é chegar à perfeição
E este é um lugar onde nunca chegaremos.
O amor pode ser perfeito
mas o ser humano nunca o será
pois há sempre uma insatisfação.
Acordo à noite
borboletas entrando pela janela
formigas atravessando na parede
pequenas aranhas grudam-se no teto
Acendo a luz
não vejo nada
todos se foram
e nem sequer despediram-se
Dormi novamente
Estou sonhando acordado.
Escrevo esta carta a eles com aquele amor e ternura de ciança, da época em que comparecia em vossa casa, toda vagunçada, vovô sentado em sua velha poltrona empoeirada e de olhos grudados na antiga TV com caixa de madeira. Vovó tecia e cozinhava, ó lembranças das comidas dela, faziam-nos repetir mesmo sem fome. A casa não era lá grande, mas tinha aquele toque mágico de bisavós. Pois então, contarei uma pequena história de minha vida, de um pequeno acontecimento no largo quarto de vovó Luiza e vovô Austregéseno da bela e antiga casa que eu tanto adorava. Lembranças inesquecíveis. Não guadarei essa carta nem mais um dia, ela merece ser conhecida.
Historinha de Lembranças
Num dia ensolarado
Onde as flores de primavera
se desdobram sobre meus olhos
Chego àquela cidade
vestida de mormaço, de calor intenso.
Chega a hora da visita.
Nada mais alegrante daquele dia
do que tocar a campainha e gritar:
- Vovó, cheguei, venhha nos atender no portão!
Aparece ali um senhor de seus 85 anos
Com seu andar meio desajeitado
recebe-nos como filhos e diz:
- Tua avó está na cozinha, a cozinhar o almoço.
Corro logo, ansiosamente em direção à cozinha
E com um abraço daqueles bem apertados
Vovó me recebe
Seu moleton, macio como a seda de seu cobertor
me reveste.
Logo vovó me chama ao cantinho, dizendo:
- Tenho um presentinho pra você meu netinho.
E subindo delicadamente as escaas, chega até seu quarto
- Venha cá menino, venha!
Subo as escadas rangentes, velhas por idade, mas firmes
Encontro vocó sentada na cama
com um pequeno coração amarelo em mãos
- Tome meu filho, isto é para você, nunca se esqueça do meu cheirinho
Sim, um coração amarelo, com desenho de florzinhas
cheiroso como as roupas que vovó usava
- Guardarei com todo o carinho vovó,
assim como suas lembranças em meu coraçãozinho.
Dera-me suas lembranças em meu coração
E um beijinho no nariz,
para que não me esqueça do carinho
a cada vez que sentir seus cheirinho.
De seu bisneto que te ama e nunca te esquecerá, uma historinha de lembranças sem seu coração vovó Luíza.
Escrevo essa carta aos meus bisavós, principalmente à bisavó Luíza, tão amada e lembrada por mim, tivera dois derrames, mas continua feliz - apesar de não estar em sua bela casa - ao lado de seu amado marido. Internados estão. Queria eu poder sentir suas mãos uma última vez, mas a distância nos impede. Hugo.
Um Segredo
Agora
Vou contar um segredo
Porém
Por que contar se é um segredo?
Se o que vou contar é um segredo
Então não posso contar
Sendo secreto.
Se segredos são contados
Não são guardados
Então não são segredos
Meu segredo não posso contar
Pois se contasse
Não mais seria um segredo.
Se o que for um segredo eu contar
Não mais o será
Porém
Se eu sei do segredo
Talvez alguém tenha me contado
Então não o é mais
Pois sei o segredo que era para ser um segredo
Agora não mais o segredo que antes fora.
Hugo de Santis
Ele precisa se armar
Interestelar
E esquecer de se matar.
Medo
Aventura
Instinto.
Não viverás eternamente preso
Ao caos do mundo que tornou-se um peso
Somos nós o próprio desprezo.
Cosmonauta lunático sonhante
Um velho andante
Por galáxias do céu avante.
Hugo de Santis.
Poderia falar-lhe tão mal
Poderia eu falar tão bem
Sem incômodo sigo meu natural
Sem sobre os povos fazer desdém.
Falar bem e falar bonito
Falar errado e feio
Um não mais que outro esquisito
Só quero acender meu isqueiro.
Falar como eu mesmo queiro.
Hugo de Santis.
Ter acabado minhas palavras
Há muito tempo.
Agora sei que ainda
Possuo muitas
Para ti minha poesia.
Ti que estiveras
Sempre a me acompanhar
Por isso, nunca
Deixarei de te amar.
Me acalma e tranquiliza
Nunca me deixe só
Ó poesia de minha vida
Quero sempre estar à tua companhia.
Autor: Hugo de Santis
Receita
Hoje tentei fazer uma receita
Uma receita de amor
Uma receita para amar
Contudo, receita alguma há
Amor algum será receita
não padrão
Amor será
Amor intenso
Receita deste não há.
Autor: Hugo de Santis
Quem procura não acha
Quem não procura acha
Porém, não procuro ninguém que seja igual a mim
mas que pelo menos me entenda como sou
e aceite as diferenças que sempre existirão
sabendo que ninguém vive de perfeição.
Nossa meta é chegar à perfeição
E este é um lugar onde nunca chegaremos.
O amor pode ser perfeito
mas o ser humano nunca o será
pois há sempre uma insatisfação.
Autor: Hugo de Santis
Acordo à noite
borboletas entrando pela janela
formigas atravessando na parede
pequenas aranhas grudam-se no teto
Acendo a luz
não vejo nada
todos se foram
e nem sequer despediram-se
Dormi novamente
Estou sonhando acordado.
Autor: Hugo de Santis
Escrevo esta carta a eles com aquele amor e ternura de ciança, da época em que comparecia em vossa casa, toda vagunçada, vovô sentado em sua velha poltrona empoeirada e de olhos grudados na antiga TV com caixa de madeira. Vovó tecia e cozinhava, ó lembranças das comidas dela, faziam-nos repetir mesmo sem fome. A casa não era lá grande, mas tinha aquele toque mágico de bisavós. Pois então, contarei uma pequena história de minha vida, de um pequeno acontecimento no largo quarto de vovó Luiza e vovô Austregéseno da bela e antiga casa que eu tanto adorava. Lembranças inesquecíveis. Não guadarei essa carta nem mais um dia, ela merece ser conhecida.
Historinha de Lembranças
Num dia ensolarado
Onde as flores de primavera
se desdobram sobre meus olhos
Chego àquela cidade
vestida de mormaço, de calor intenso.
Chega a hora da visita.
Nada mais alegrante daquele dia
do que tocar a campainha e gritar:
- Vovó, cheguei, venhha nos atender no portão!
Aparece ali um senhor de seus 85 anos
Com seu andar meio desajeitado
recebe-nos como filhos e diz:
- Tua avó está na cozinha, a cozinhar o almoço.
Corro logo, ansiosamente em direção à cozinha
E com um abraço daqueles bem apertados
Vovó me recebe
Seu moleton, macio como a seda de seu cobertor
me reveste.
Logo vovó me chama ao cantinho, dizendo:
- Tenho um presentinho pra você meu netinho.
E subindo delicadamente as escaas, chega até seu quarto
- Venha cá menino, venha!
Subo as escadas rangentes, velhas por idade, mas firmes
Encontro vocó sentada na cama
com um pequeno coração amarelo em mãos
- Tome meu filho, isto é para você, nunca se esqueça do meu cheirinho
Sim, um coração amarelo, com desenho de florzinhas
cheiroso como as roupas que vovó usava
- Guardarei com todo o carinho vovó,
assim como suas lembranças em meu coraçãozinho.
Dera-me suas lembranças em meu coração
E um beijinho no nariz,
para que não me esqueça do carinho
a cada vez que sentir seus cheirinho.
De seu bisneto que te ama e nunca te esquecerá, uma historinha de lembranças sem seu coração vovó Luíza.
Hugo de Santis
Escrevo essa carta aos meus bisavós, principalmente à bisavó Luíza, tão amada e lembrada por mim, tivera dois derrames, mas continua feliz - apesar de não estar em sua bela casa - ao lado de seu amado marido. Internados estão. Queria eu poder sentir suas mãos uma última vez, mas a distância nos impede. Hugo.
Um Segredo
Agora
Vou contar um segredo
Porém
Por que contar se é um segredo?
Se o que vou contar é um segredo
Então não posso contar
Sendo secreto.
Se segredos são contados
Não são guardados
Então não são segredos
Meu segredo não posso contar
Pois se contasse
Não mais seria um segredo.
Se o que for um segredo eu contar
Não mais o será
Porém
Se eu sei do segredo
Talvez alguém tenha me contado
Então não o é mais
Pois sei o segredo que era para ser um segredo
Agora não mais o segredo que antes fora.
Hugo de Santis
Ele precisa se armar
Interestelar
E esquecer de se matar.
Medo
Aventura
Instinto.
Não viverás eternamente preso
Ao caos do mundo que tornou-se um peso
Somos nós o próprio desprezo.
Cosmonauta lunático sonhante
Um velho andante
Por galáxias do céu avante.
Hugo de Santis.
Poderia falar-lhe tão mal
Poderia eu falar tão bem
Sem incômodo sigo meu natural
Sem sobre os povos fazer desdém.
Falar bem e falar bonito
Falar errado e feio
Um não mais que outro esquisito
Só quero acender meu isqueiro.
Falar como eu mesmo queiro.
Hugo de Santis.